sexta-feira, 10 de julho de 2009

DICAS DA DEL


Roberto Carlos e seus 50 anos de música.

Ele merece! O show de Roberto Carlos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro editado pela TV Globo foi MUITO bom. Dia 11 de julho o Maracanã vai ser palco de mais um. Os súditos do Rei já fizeram sua parte. Não há mais ingressos. Ainda bem, senão eu ia querer ir. Mesmo com fobia de multidão, mesmo com a epidemia de gripe A ou sabendo que ia ficar em pé, espremida, vendo pelo telão.

Roberto Carlos é fantástico e devemos realmente comemorar seus 50 anos de carreira. Porque ele está vivo e canta muito bem e tem músicas lindas. Celebremos, pois sua música e o bem que ela nos faz.

A TV Globo News apresentou um especial com Roberto Carlos e Caetano Veloso entrevistados por Nelson Mota. De arrepiar. E lembrar histórias dos dois e suas letras inspiradíssimas. Eles contam como Roberto visitou Caetano em Londres e cantou “As curvas da estrada de Santos” em primeira mão. Caetano estava no exílio e chorou muito. Daí o Roberto pediu uma canção. Nasceu então “Força Estranha” que Dona Canô, mãe de Caetano acha que é a melhor canção do filho. E “Tudo certo como dois e dois são cinco”. E Roberto Carlos compôs “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”. Os dois contavam e cantavam. Contavam a amizade, o momento brasileiro, o prazer de compor. E cantavam em dueto coisas como:

_ Eu prefiro as curvas da estrada de Santos /onde eu tento esquecer /um amor que eu tive /e vi pelo espelho na distância se perder;

_ Eu vi a mulher preparando outra pessoa/ o tempo parou preu olhar para aquela barriga;

_ Um dia a areia branca/seus pés irão tocar/E ao se sentir em casa, sorrindo vai chorar.
Poesia pura! Lindo ver três senhores falando de suas vidas de um jeito jovem, como na música de Caetano. Eu vi muitos cabelos brancos na fronte dos artistas. E a cada um cabem os versos: “O tempo não pára e, no entanto ele nunca envelhece”.

Celebremos, pois! Vamos dizer que o amamos enquanto ele pode nos ouvir. Mostrar o quanto ele é importante para a música, para o país, para cada um de nós enquanto ele pode ver.

Celebremos os 50 anos de música do Roberto Carlos.

A Partida.

O filme é japonês, ganhou o Oscar 2009 de melhor filme estrangeiro e tem 130 min de duração. Três referências que não me seduzem. Mas a filha sabe ser insistente e me leva ao cinema numa sexta à noite na Casa de Cultura Laura Alvim. No início, achando meio “arrastado”, fui-me programando para não gostar. Em pouco tempo estava emocionadíssima, depois tentava segurar o choro. Um dos melhores filmes que já vi nos últimos dez anos!

Conta a história de um violoncelista que é surpreendido com a dissolução da orquestra em que tocava. E que encontra emprego como preparador de corpos para a cremação. Ofício inferior que o envergonha, faz com que minta para a esposa mas que acaba por tornar-se um objetivo de vida. Preparando a morte ele celebra a vida.

Saí encantada, meio zonza, apaixonada pelo que vi e senti.

Não perca! Deve ter saído em DVD. Procure em sua locadora. Caso não encontre procure um cinema mesmo que seja em outra cidade.

(Só evite ver se estiver na TPM ou se sentindo triste. Mas quando passar vá ver.)!

Intermitências da morte.

No dia seguinte ninguém morreu. Com essa frase, José Saramago começa um de seus livros.
Seria uma coisa boa que ninguém morresse. Ou não? Saramago nos conduz por uma viagem ao reino da imaginação. E ao incompreensível reino que existe no interior de cada um de nós.
No livro, a morte é uma mulher linda que se apaixona por um músico. Que está na sua lista. Ela não quer que ele morra. E, assim, desencadeia a rede de eventos que se entrelaçam. E mais não conto porque ler é bom demais!

As intermitências da Morte- José Saramago- Companhia das Letras


*

Um comentário:

fnnmello disse...

Que bom receber dicas culturais da Del, pessoa tão antenada, vibrante e querida! Passarei sempre por aqui para não perder nada!
Bj, Fatima